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O AZAR E A DESORDEM À ORDEM

02.04.2013 18:32

    À procura dum telefone de Valongo, encontrei muitos netos, mas não achei nenhum avô. Comentando a lista telefónica  do Porto, dizem haver um montão de Moreiras e vários guardas e ladrões, mas na cidade de Valongo só encontrei um de cada um destes últimos. Como Valongo é mais pequeno 50 vezes que o Porto, a probabilidade de encontrar apelidos raros é escasso, e é por isso que vemos que se cumpre a lei dos grandes números. A probabilidade de encontrar chega a ser proporcional aos casos. «Deus não joga aos dados» («az-zahr», dado, azar, em árabe). Dizia Einstein, em quem contra ventos e marés, creia pouco, ou seja, que nega a casualidade, o evento, o dito ao revés: Tudo tem que ter causa. Mas não é assim: jamais pensou Deus que o mundo fora um jogo, mas também tivera tudo previsto até ao mais ínfimo detalhe. Deus e o mundo existiram sempre carecendo de sentido, e quase toda a passada Eternidade esteve só e sem fazer nada.

    O cónego belga Lemaitre propôs a origem no estalido (Big Bang) de um objeto muito pequeno, e  Einstein fixou nuns 13.000 milhões de anos atrás e os científicos creram nele, ainda que muitos não. Aristóteles disse que o mundo era eterno e repetiram o mesmo Averroes e  muitos mais; o próprio Nietzsche, imortalizou também o mundo com o seu «Eterno retorno». Deus e o Mundo, repetimos, existiram sempre e não se  desenvolve, de acordo com um programa inicial, só mediante a sua providência vai estabelecendo o que deve ir sucedendo. Há lugares (0 nosso sistema solar por exemplo, tão estudado por Laplace) aonde parece que impera uma ordem total, e outros onde tudo é desordem, por exemplo, uma nebulosa gasosa. E é possível que de uma desordem saia uma ordem? Se as invasões bárbaras do 409 trouxeram a ordem aos visigodos desde Ataulfo, que se casou com Gala Placidia, filha do Imperador romano e acabaram expulsando aos bárbaros após chegarem  romanizados, ainda que passassem anos até ter reis em Toledo.

    Mas em cosmologia essa ordem também sucede na caótica massa de gás. Com  probabilidade se reúnem num ponto da massa, milhões, quatriliões de átomos e começa o conjunto a exercer uma atracção gravítica sobre os demais (A gravidade é o mais sério e mais desconhecido da física), e os choques geram calor, centos de mil graus e entram em jogo as reacções nucleares, que produzem um calor “incomensurável”, e já temos uma protoestrela, e depois com os milhões de graus um sol, que no seu giro solta troços que são os planetas. Na terra depois de milhões de anos, começou outra ordem, a da vida, que já diríamos «ordem de consciência» da matéria, e atrás de enormes evoluções seres actuais, que para o nosso planeta o pior inimigo é o homem que os devora. Mas por  acaso a terra será um ser vivo, pois aparte dos benéficos vulcões de sempre, que somente trazem algumas desgraças de passagem, se comece a defender com temperaturas e chuvas desproporcionadas, para ver  se assim, se livra de nós.

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